Estudantes lidam com altas dívidas do Fies na Bahia
A situação das dívidas do FIES na Bahia, que afeta grande parte dos estudantes, está se tornando um problema crescente, especialmente para quem está prestes a se formar, como o estudante de medicina João Argolo.
Com uma dívida significativa acumulada, João já se preocupa com as dificuldades financeiras que enfrentará após a formatura, algo que é bastante comum entre os 128,5 mil contratos inadimplentes de um total de 198,9 mil ativos no estado.
Abatimento para Profissionais de Saúde
Uma das alternativas consideradas por João para reduzir sua dívida é atuar em áreas estratégicas da saúde, como nas Unidades de Saúde da Família ou no programa Mais Médicos. Profissionais da saúde que trabalham nessas áreas podem solicitar abatimentos de 1% ao mês no saldo devedor por cada ano de trabalho consecutivo.
Essa medida, explicada pelo advogado Samir Coelho, é uma forma de aliviar as dificuldades financeiras desses profissionais recém-formados e é formalizada pela plataforma FiesMed.
Fatores Contribuintes para a Inadimplência
A alta inadimplência dos estudantes da Bahia pode ser explicada por vários fatores, como a dificuldade de conseguir emprego após a formatura, os baixos salários iniciais e as despesas do dia a dia.
Além disso, muitos estudantes não compreendem completamente o que é o FIES e acabam acessando o programa sem o devido planejamento financeiro, o que, segundo o economista Alex Gama, contribui para o acúmulo de dívidas.
A Falta de Informação Clara
A advogada Giovanna Conrado destaca a falta de clareza nas informações sobre o FIES, como taxas de juros e prazos de pagamento, o que leva muitos estudantes a tomar decisões inadequadas.
Isso foi o que aconteceu com Filipe Barreto, que, ao migrar para o Prouni, acreditou que sua dívida com o FIES seria resolvida, o que não ocorreu, resultando em um acúmulo de dívida que ele empurrou por anos enquanto se concentrava nos estudos.
Consequências da Inadimplência
A inadimplência do FIES não só afeta a situação financeira imediata dos estudantes, mas também pode prejudicar suas chances de continuar seus estudos, como apontado por Bruno Coimbra, diretor jurídico da ABMES.
Estudantes endividados muitas vezes desistem de buscar uma pós-graduação ou uma segunda graduação, o que impacta diretamente no seu aprimoramento profissional e na continuidade de sua educação.