Estudante x Fies x Universidade: 3 anos de caos depois, Justiça manda seguir no curso de Medicina

Uma estudante de 24 anos, moradora do Jardim São Lourenço, em Campo Grande, finalmente conseguiu respirar depois de travar uma novela digna de série de tribunal: por mais de três anos, ela foi impedida de renovar matrícula no curso de Medicina por supostos débitos ligados ao Fies. Spoiler: não era culpa dela.

Segundo o processo, ela enfrentou bloqueios de matrícula, de acesso às aulas presenciais e virtuais, cobranças indevidas, falhas no sistema e aquela famosa comunicação “super clara” das instituições… só que não.


💰 O início da treta: Fies, pandemia e boletos que ela já tinha pago

A história começa lá em 2019, quando ela entrou no curso usando financiamento estudantil.
Durante o período investigado, ela afirma ter quitado cerca de R$ 11,1 mil em contrapartidas.

Atrasou? Sim: duas ou três parcelas no auge da pandemia em 2020 — sinceramente, quem nunca?
Mas ela aderiu ao reparcelamento oficial do Fies e voltou a pagar direitinho.

Mesmo assim, em agosto de 2021, a universidade travou sua rematrícula no 5º semestre alegando pendências. O clássico “você está devendo”, que mais tarde a Justiça constatou que não fazia sentido… porque:

  • os boletos estavam pagos;
  • e os aditamentos não foram concluídos por falha da própria universidade, que não validou os dados no sistema federal.

Ou seja: o sistema deu tilt, a instituição sabia, mas agiu como se o problema fosse da aluna. Tudo normal… pra quem nunca precisou lidar com integração de sistemas no Brasil.


⚖️ O que a Justiça decidiu

O magistrado deixou claro:

  • a estudante não poderia ser penalizada por falhas operacionais;
  • a universidade tinha plena ciência do bug e mesmo assim cobrou como se fosse inadimplência;
  • o bloqueio de aulas e portal violou direitos do consumidor.

Resultado?
A universidade terá que regularizar tudo no sistema, devolver acesso, e garantir a continuidade da aluna no curso até o final da graduação.

Vitória dela, derrota da burocracia.


📄 Sobre o processo

A decisão analisou três ações reunidas, todas julgadas pela 12ª Vara Cível de Campo Grande.
A sentença foi publicada pelo TJMS agora, em novembro de 2025.

Depois de tanto sufoco, ela segue em Medicina — finalmente sem precisar lutar contra o boss final chamado: “Falha de Sistema”.

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