Estudantes de Medicina que conseguiram bolsa com nota do Enem
Como quatro guerreiros do vestibular transformaram drama em diploma (e ainda sem pagar mensalidade!)
Cursar Medicina é o sonho de muita gente — e o pesadelo da fatura do cartão de crédito. A boa notícia é que alguns brasileiros conseguiram driblar as estatísticas (e o boleto) com bolsas integrais via Enem, Prouni e Fies.
A má notícia é que o caminho foi digno de reality show de superação.
Conheça Diego, Natália, Luiz Gustavo e Gabriel, quatro estudantes que provaram que foco, planejamento e uma boa dose de teimosia são mais fortes que qualquer obstáculo — até aquele do cursinho às 7h da manhã.
🩺 Diego: da periferia ao jaleco branco
Com 23 anos, Diego Nogueira de Souza, de São José dos Campos (SP), é o retrato da persistência. Vindo de escola pública, ele mal sabia o que era “Prouni” até cair numa escola integral que abriu sua cabeça — e fechou suas tardes livres.
Em 2020, no auge da pandemia, ele começou Enfermagem com bolsa parcial, via Prouni e Fies. Mas no estágio, percebeu que queria menos planilhas e mais estetoscópio. Trocou tudo, montou um cronograma de estudos (aquele que a gente promete seguir na segunda-feira) e mandou ver no Enem.
Resultado? Bolsa 100% em Medicina.
Hoje, no quarto semestre, ele manda o papo reto:
“Quem vem da periferia precisa ser o próprio guia.”
Resumindo: ele fez o que muita gente só fala — estudou de verdade.
💆♀️ Natália: seis anos de tentativas e um mergulho no autoconhecimento
Natália Halabi, 30, estudante de Medicina na Anhembi Morumbi, levou seis anos pra chegar lá. O segredo não foi mais cursinho, mas menos autocobrança.
Ela percebeu que estudar como robô não adianta se a cabeça não ajuda. Entrou em terapias, mentorias e imersões, aprendeu a respirar entre um simulado e outro, e — plot twist — no ano em que menos estudou, passou.
A lição? Às vezes, o que tá te reprovando não é a prova, é o estresse.
☕ Gustavo: servindo mesas e conquistando uma vaga
Enquanto uns sofrem com o despertador, Luiz Gustavo Pereira e Silva, 30, fazia malabarismo entre o trabalho de garçom e o sonho de virar médico.
Seis anos de preparação, uma bolsa integral em cursinho e ajuda da galera (inclusive com lanche e apoio emocional).
Quando o Enem chegou, ele já era praticamente um atleta do cansaço — e a recompensa veio: bolsa 100% pelo Prouni.
Mas como bom estudante brasileiro, a vitória veio com perrengue extra: precisou fazer vaquinha on-line pra se mudar e começou pedindo R$ 5 mil… arrecadou R$ 25 mil.
Plot twist digno de novela.
🚤 Gabriel: do interior do Amazonas à Medicina na UFAM
Gabriel Gomes, 36, nasceu em Capanã Grande, no interiorzão do Amazonas, e o máximo de laboratório que ele via era o da roça. Sem internet, sem ensino médio completo na região e cheio de responsabilidades, ele foi acumulando coragem até se mudar pra Manaus.
Trabalhou como aprendiz de farmácia, entrou na Marinha (sim, o homem foi fuzileiro naval!) e lá começou a estudar pro Enem com amigos.
Spoiler: o primeiro Enem dele foi um desastre — 350 na redação e lágrimas no travesseiro.
Mas nada como um cursinho online de R$ 12,99 e uma esposa parceira pra mudar o jogo.
Ele estudava às 4h30 da manhã, enquanto o filho dormia, e aprendeu tudo do zero.
Hoje, é aluno de Medicina na UFAM e tem um conselho digno de post motivacional:
“Deus não vai deixar você entrar antes da hora certa. Persista e respeite seu tempo.”
Traduzindo: calma, jovem padawan, tua hora vai chegar.
🧩 Moral da história
Esses quatro mostram que entrar em Medicina com bolsa não é milagre — é suor, foco e resiliência (e às vezes um pouco de terapia, vaquinha e café).
Eles transformaram o “não dá” em “doutor fulano”, e ainda economizaram o que muita gente gasta num carro popular.