Mais de um milhão de professores (sim, UM MILHÃO) vão passar por aquela boa e velha sensação de sentar na carteira e encarar o nervosismo de um exame — dessa vez, na primeira Prova Nacional Docente, carinhosamente apelidada de Enem dos Professores. A prova acontece neste domingo (26) e promete ajudar estados e municípios a selecionar profissionais qualificados para suas redes públicas.
Um desses guerreiros é Neanderson de Oliveira Rodrigues, professor temporário no Distrito Federal, que tá de olho naquela vaguinha efetiva dos sonhos. “É a primeira edição, então acho que todo mundo tá curioso pra ver como vai funcionar”, contou. Basicamente, ele e milhares de outros estão apostando que as secretarias estaduais e municipais vão usar o resultado como parte dos processos de seleção.
A prova será anual e foi criada pra avaliar tanto quem já tá na sala de aula quanto os futuros professores — e facilitar contratações na educação básica. Ah, e atenção: ela só é obrigatória pros formandos em licenciatura que também estão no Enade.
No total, 1.508 municípios e 22 estados aderiram à avaliação, com um impressionante número de 1.086.914 inscrições (sim, quase um país de professores estudando).
O exame deve funcionar como uma versão do Enem voltada pra docência, e os estados e municípios que participam vão poder decidir como usar o resultado: pode substituir o concurso público, servir como parte dele, ou virar uma nova etapa nos processos seletivos das redes de ensino.
E o objetivo é nobre — aumentar o número de professores efetivos, já que, segundo o Censo Escolar de 2024, o número de docentes temporários ainda é maior que o de efetivos. Essa novela vem se repetindo desde 2021, e parece que o MEC quer mudar o roteiro.
Segundo Olavo Nogueira Filho, diretor-executivo do Todos pela Educação, a prova pode ser um avanço real:
“Hoje, muitos estados e municípios não conseguem nem fazer concurso público por falta de estrutura ou dinheiro. E, quando fazem, as provas são tão ruins que nem medem o que deveriam.”
Ou seja: com a nova prova, a ideia é melhorar a qualidade das seleções e diminuir o número de temporários. Finalmente uma avaliação que, ironicamente, pode fazer a educação passar de ano.