De jaleco de dia, uniforme de gari à noite: a rotina insana de um estudante de medicina

Tem gente que reclama de acordar cedo pra aula online, mas Guilherme Mazini, 24 anos, de Presidente Prudente (SP), basicamente vive uma novela da Globo versão “raiz”. O cara passa o dia inteiro no curso integral de Medicina (um dos mais caros e concorridos do país) e à noite encara a labuta como coletor de lixo. Sim, ele troca o jaleco pelo uniforme laranja sem medo de ser feliz.

Ah, detalhe: a facul ele banca com o FIES. E não é pouca coisa não — segundo dados do g1 em 2024, as mensalidades de medicina já passaram dos R$ 16 mil em algumas universidades. Ou seja, se não fosse o financiamento, só vendendo um rim no mercado paralelo.

Rotina “6×1 modo hard”

  • Aulas: das 7h30 às 17h10 (a clássica vida integral, sem tempo nem pra respirar).
  • Trabalho: começa às 17h.
  • Resultado? Guilherme sai da faculdade 10 minutinhos antes e chega 10 minutinhos atrasado no trampo. (O famoso “jeitinho brasileiro acadêmico”).
  • Escala: segunda a sábado.

Ele chega em casa por volta da meia-noite, cansado? Óbvio. Mas ainda assim agradece. Segundo ele, trabalhar servindo a comunidade tem tudo a ver com sua escolha pela saúde.

Não começou agora

Antes de encarar medicina, Guilherme fez Enfermagem pelo Prouni. Durante esse período, passou num concurso público para coletor e ficou em segundo lugar. Não largou o osso até hoje, mesmo já formado, porque a escala permite continuar nos estudos.

No começo, claro, foi aquele combo: dores no joelho, ombro, mãos… mas ele encarou, porque vida de universitário raiz não vem com tutorial.

O que motiva?

Ansiedade, pressão, provas, serviço pesado… tudo isso pesa. Mas Guilherme segue firme porque acredita que o sonho de virar médico compensa cada noite mal dormida.

No fim das contas, ele é retrato de milhares de jovens brasileiros que fazem malabarismo entre trabalho, estudo e boletos — provando que às vezes o que a galera chama de “dificuldade” é só segunda-feira normal.

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