Acadêmicos de Enfermagem da Facsul, em Campo Grande, foram recebidos nesta semana com um presente que ninguém pediu: o anúncio de que a instituição vai sumi– desaparecer — ao fim deste semestre. E quem está no penúltimo semestre levou o maior choque, claro. Afinal, além da perspectiva de mudar de faculdade do nada, ainda existe o risco de perder a bolsa integral do Prouni. Sabe aquele “futuro planejado”? Então… jogaram pro alto.
🚨 O início do caos
Uma estudante de 34 anos, bolsista integral pelo Prouni, contou que já rolavam boatos na sexta-feira à noite nos grupos do curso. O líder da turma ligou pra coordenação pra confirmar e adivinha? Era verdade. Reunião de emergência marcada pra segunda-feira — o clássico “tenho más notícias”.
Na reunião, veio a bomba:
A Unip (que responde pela Facsul como polo associado) mandou avisar que o prédio precisaria ser desocupado. Não rolava nem terminar as turmas que já estavam quase formando, por falta de estrutura física.
E claro, o pesadelo dos bolsistas do Prouni começou ali: não existe previsão legal para transferir bolsas entre particulares sem convênio. A coordenação chegou a dizer que a Uniderp aceitaria os bolsistas… mas era fanfic. Ao irem pessoalmente à instituição, ouviram o sonoro: “Não trabalhamos com transferência de Prouni”. E nenhuma outra faculdade de Campo Grande mostrou abertura.
Resultado?
Crise, choro, desespero, ansiedade e a sensação de ter o futuro arrancado sem anestesia. “Minha bolsa é integral até eu concluir o curso… e estão destruindo esse direito”, relatou a estudante.
E pra piorar, a Facsul não ofereceu nenhum suporte administrativo decente — nem pra emitir documentos básicos.
O grupo, então, correu para o Ministério Público para buscar uma ação coletiva.
⏳ Um ano extra de curso (por conta da nova diretriz)
Como se já não bastasse o drama, a coordenação afirmou que os alunos deveriam migrar para outra instituição para concluir o curso. Porém, todas as faculdades de Campo Grande usam a nova Diretriz Curricular da Enfermagem, que exige 5 anos mínimos — não os 4 da Facsul.
Ou seja:
Quem está no 7º semestre hoje vai ganhar de brinde 1 ano extra de graduação, além de novas mensalidades, taxa de matrícula (~R$ 580) e o desgaste mental de ver a formatura indo embora.
A última turma que se formaria em 4 anos agora só sonha com diploma em 2027. Isso inclui gente que já pagou festa, convite, decoração e o escambau.
😭 Depoimentos que doem
Uma acadêmica de 30 anos definiu bem:
“Eu estava a meses de concluir o curso… agora vou ter que adiar minha vida inteira.”
Crises de ansiedade voltaram com força, planejamento pessoal todo revirado.
A sensação geral? Desrespeito total.
🏢 O fechamento confirmado
A coordenação da Facsul disse que o semestre vai terminar normalmente, mas acabou pra todo o resto depois disso. A ordem veio da direção da Unip, de São Paulo. Os cursos presenciais serão encerrados, funcionários desligados e o prédio deve ser entregue ao proprietário até 10 de janeiro.
A orientação dada aos alunos:
“Vão pra Uniderp, lá aproveita melhor as disciplinas.”
Mas a Uniderp segue a nova diretriz.
Logo: mais um ano. Sem choro. Sem vela.
Isso significa:
- Carga horária mínima: 4.000h
- Integralização mínima: 5 anos
- Mensalidades novas
- Taxa de matrícula
- Bolsistas sem garantia
Os alunos já acionaram Procon, MEC e estão montando ação coletiva.
📝 “Mas o contrato não protege a gente?”
O contrato de matrícula, apresentado ao Jornal Midiamax, diz que a Facsul pode mudar currículo e até fechar as portas, desde que avise com 30 dias de antecedência.
E é isso.
Legalmente, a instituição se garante — mas emocionalmente destrói todo mundo.
🏫 Cursos afetados
Segundo o site da Facsul, são ofertados:
- Enfermagem
- Educação Física
- Fisioterapia
- Matemática
- Psicologia
- Além de cursos EAD diversos
Mas tudo isso está com os dias contados.
🏛️ O prédio
A estrutura onde funciona a Facsul pertence à Congregação Missionária do Santíssimo Redentor (os Redentoristas). Há um contrato de locação vigente até 2040, mas uma empresa é quem subloca o imóvel pra instituição.
E… pelo visto, esse acordo já era.
A Unip foi procurada pelo Midiamax para comentar, mas até agora: silêncio total.
O espaço continua aberto.