Olha só que rolê interessante: o senador Dr. Hiran (PP-RR) resolveu bancar o “padrinho dos endividados do Fies” e apresentou um projeto de lei que pode aliviar a vida dos médicos recém-formados. A ideia é simples (mas genial): quem topar trabalhar em áreas carentes do Brasil poderá ter parte da dívida do Fies abatida.
Sim, meu caro, em vez de pagar o boleto, você paga com plantão no SUS do meio do mato.
O que já rola hoje
Esse esquema de desconto não é novidade. Desde 2010, médicos que atuam em equipes de saúde da família em regiões prioritárias já podem reduzir a dívida. Em 2016, os médicos militares também entraram no clube do “trabalha que o boleto some”.
Agora, o PL 4.571/2025 quer ampliar o rolê: incluir qualquer médico que se meta a herói em instituições públicas de saúde em áreas carentes.
O discurso do senador
Segundo Dr. Hiran (que claramente nunca pegou 3 ônibus pra chegar na facul), essa é uma forma de garantir retorno à população que bancou a formação via Fies. E, claro, aliviar o sufoco dos recém-formados que saem da faculdade devendo quase o valor de um apartamento em São Paulo.
A treta da concentração médica
Pra você ter uma ideia: segundo a Demografia Médica 2025, 63% dos médicos estão concentrados em apenas 48 municípios e capitais com mais de 500 mil habitantes, que representam só 31% da população. Traduzindo: médico adora ficar onde já tem médico demais.
E nas especialidades? Pior ainda. No DF, 72,2% dos médicos são especialistas, já em Rondônia e Roraima o índice não chega a 46%. Ou seja, quem precisa de especialista no Norte e Nordeste tá basicamente jogando na loteria.
O perrengue real
Além da concentração, os médicos que topam o desafio das áreas remotas enfrentam um combo digno de série dramática: falta de medicamento, equipamentos caindo aos pedaços, acesso precário e, claro, aquela sobrecarga básica de trabalho porque não tem colega pra dividir o perrengue.
👉 Resumindo: ou você paga o boleto do Fies ou paga com suor, plantão e mosquitos no meio da Amazônia.