FIES: a porta da faculdade ou o contrato vitalício com o Serasa?

Criado para dar aquela ajudinha no sonho da graduação, o FIES já colocou milhares de estudantes dentro da faculdade. Mas calma lá: junto com o diploma, muita gente leva também um boleto vitalício de estimação.

Realidade cruel: público x privado

Olha o plot twist: mesmo com universidades públicas dominando os rankings, é no setor privado que tá a galera de verdade — mais de 88% das matrículas em 2023 foram lá. Só que, como todo mundo sabe, mensalidade de faculdade privada parece até boleto de financiamento de carro importado. Resultado: financiamento estudantil vira o “melhor amigo” de quem não tem como bancar a mensalidade.

Mas afinal, o que é esse tal de financiamento estudantil?

É simples: pense no FIES como aquele amigo que paga sua parte da pizza, mas depois te cobra até o último centavo, com juros. O banco ou o governo paga sua faculdade e você devolve o dinheiro parceladinho, geralmente só depois de formado. A ideia é democratizar o acesso. Mas, se você não fizer as contas direitinho, esse sonho pode virar uma dívida que te acompanha mais que ex tóxico.

FIES: o queridinho (ou vilão) do governo

O FIES funciona assim:

  • Tem que ter feito o ENEM, tirar pelo menos 450 pontos e não zerar a redação.
  • A renda familiar precisa ser de até 3 salários mínimos por pessoa.
  • O financiamento é sem juros (ufa!).
  • Durante o curso, você paga só a parte que não foi financiada e precisa manter nota acima de 75%.
  • Depois da formatura, tem 18 meses de carência pra achar emprego. Só então começa a pagar em até 12 anos.

Mas tem um detalhe: não pagar = nome no Serasa. Então nada de bancar o esperto.

E se eu não pagar?

Se você já pensou em “sumir do mapa”, cuidado: o Google mostra que “o que acontece se eu não pagar o FIES?” é uma das perguntas mais procuradas. E a resposta é simples: você se ferra. 😬

Dados do governo mostram que 60% dos formados não pagam as parcelas. Resultado: juros, multas, dívida crescendo mais rápido que boleto no fim do mês e, claro, nome sujo.

E tem mais: cada inadimplente dificulta o programa para os próximos estudantes. Ou seja, não é só o seu CPF que sofre, é o bolso do governo também.

Novo respiro para quem já tá atolado

O MEC resolveu dar um refresco: quem tem contrato do FIES a partir de 2018 e tá devendo há mais de 90 dias até 31/07/2025 pode renegociar:

  • Parcelar em até 180 vezes (15 anos de amor eterno).
  • Parcelas mínimas de R$200.
  • Perdão de 100% dos juros e multas.

O prazo para pedir vai de 1/11/2025 a 31/12/2026, direto com o banco. É tipo um detox financeiro pra limpar a barra.

Nem só de FIES vive o universitário

Além do programa do governo, existem opções privadas (Bradesco, Santander, Pravaler, etc.). São menos burocráticas, sem ENEM, mas cada uma tem seu “golpezinho”:

  • Alguns já cobram durante a faculdade.
  • Outros deixam pra depois, mas com juros que transformam R$1.500 por mês em mais de R$100 mil de dívida final.

Ou seja: escolha com cuidado.

Como não cair em cilada?

Antes de assinar:

  • Compare juros e o CET (Custo Efetivo Total). Spoiler: ele esconde taxas que você nem sabia que existiam.
  • Veja se pode pagar antecipado sem multa.
  • Pense no futuro: vai ter emprego? Quanto sua área paga? Vai conseguir pagar ou vai morar com seus pais até os 40?

Então, vale a pena?

Vale se for com planejamento. Se o curso tem boa empregabilidade, se a parcela futura não vai te deixar vendendo geladinho no sinal e se você entende o contrato de cabo a rabo.

O diploma é investimento, não brinde de rolê universitário. Mas cuidado: ninguém quer virar adulto já com o nome negativado. Afinal, “Dr.” ou “Engenheiro” no currículo é top, mas “nome no Serasa” ninguém coloca no LinkedIn.

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