“Cotistas e pobres”: Quando a ignorância toma a quadra (e a cara de alguns alunos de Direito da PUC-SP)

Sim, você leu certo. E não, não é mais uma dessas piadas de mal gosto… Infelizmente.

O cenário: um jogo de handebol entre os estudantes de Direito da PUC-SP e da USP, parte dos Jogos Jurídicos Estaduais, em Americana, São Paulo. O que parecia ser apenas uma competição esportiva se transformou em um espetáculo de “comentários” totalmente desnecessários. Sim, porque nada como uma partida de esportes para mostrar o melhor (ou o pior) da galera, né?

No último sábado, dia 16 de novembro, enquanto rolava o jogo, uns brilhantes alunos da PUC-SP resolveram soltar umas pérolas racistas e aporafóbicas que fariam até os mais sem noção ficarem vermelhos de vergonha. E o que rolou? “Cotistas”, “pobres” e, claro, uma boa dose de preconceito jogada como se fosse um passe de handebol. Tudo isso para os colegas da USP, porque nada como manter o alto nível acadêmico e, claro, o respeito.

Nas redes sociais, o Centro Acadêmico XI de Agosto da USP não escondeu o choque (e revolta) com a situação. Segundo o diretório, o episódio foi uma clara demonstração da violência que os estudantes cotistas enfrentam ao ocupar lugares “reservados” para quem já tem mais tempo de história e dinheiro no bolso. E, se você acha que isso é exagero, as imagens não mentem: a torcida da PUC-SP chamou os estudantes da USP de “cotistas” e “pobres”, como se essas fossem ofensas de verdade.

Claro que, como não poderia deixar de ser, o Centro Acadêmico 22 de Agosto da PUC-SP se manifestou também, lamentando profundamente o ocorrido. Em comunicado oficial, afirmaram sua “mais veemente repulsa” e garantiram que estão movendo todos os esforços para que os responsáveis sejam identificados e, quem sabe, convidados a repensar suas atitudes (e talvez até repensar a escolha do curso). A universidade, por sua vez, está investigando a fundo o ocorrido, com um pedido de expulsão dos envolvidos.

Não bastasse o episódio, os parlamentares do PSOL também entraram na jogada e protocolaram uma denúncia no Ministério Público de São Paulo, exigindo que a galera da PUC-SP que causou esse espetáculo de ignorância seja investigada. E, sim, isso gerou um burburinho nas redes sociais, com os nomes de Sâmia Bonfim, Luana Alves e Letícia Chagas puxando a fila da indignação. O que, convenhamos, é o mínimo.

E a PUC-SP? Bem, a universidade ainda não se posicionou oficialmente, mas estamos aqui esperando aquele comunicado “lamentamos o ocorrido e vamos tomar as devidas providências”. Só que, por enquanto, o mais interessante mesmo são as decisões dos Jogos Jurídicos. A organização anunciou que, para os próximos jogos da PUC-SP, a torcida estará… “suspensa”. Ou seja, uma liçãozinha básica de que comportamento tóxico e preconceito não são bem-vindos nem na quadra.

E é isso, pessoal. Mais uma aula de como não ser babaca, especialmente em eventos universitários. A galera da USP, que pelo visto tem mais o que fazer do que discutir racismo e classismo, agora pode se preparar para os próximos jogos, enquanto os estudantes da PUC-SP podem usar o tempo até a próxima rodada para refletir sobre o significado de respeito. Quem sabe, né?

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